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Câncer Colorretal
Incidência e Fatores de risco
O câncer de cólon abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. Segundo Dr. Marcos Clarêncio (CRM 8676), especialista em gastroenterologia e endoscopia digestiva, cerca de 90% desses tumores se inicia a partir de pólipos adenomatosos. Os pólipos adenomatosos são lesões que surgem na parede interna do intestino grosso, inicialmente benignas, que vão em algum momento se alterar (displasia), até evoluírem para um adenocarcinoma, que é o câncer de cólon mais comum.
No Brasil, o câncer colorretal (CCR), segundo dados recentes do INCA (Instituto Nacional do Câncer), mostra-se como o terceiro câncer mais comum diagnosticado entre homens adultos, e o segundo entre mulheres adultas. A estimativa brasileira para o biênio 2018-2019 é de 17.380 casos novos de câncer de cólon e reto em homem e 18.980 em mulheres para cada ano do biênio. Esses valores correspondem um risco estimado de 16,83 casos novos a cada 100mil homens e 17,90 para mulheres para cada 100 mil mulheres.
Dr. Rodrigo Felipe (CRM 13049), especialista em endoscopia digestiva, enfatiza, “sim houve crescimento no número de casos e alguns fatores tem sido considerados importantes nesta estatística: o estilo de vida no ocidente, a baixa atividade física, ou seja, o sedentarismo, e a obesidade”. Outros fatores igualmente importantes são o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, as carnes vermelhas, o baixo consumo de fibras, como frutas e legumes, e o cálcio dietético. O uso de aspirina, em alguns pacientes, tem demonstrado reduzir a probabilidade de desenvolver CCR. Entretanto, é importante destacar que qualquer conduta medicamentosa só deve ser feita com orientação médica.
Prevenção Precoce
Dr. Sylon Ribeiro (CRM 11615), especialista em gastroenterologia e endoscopia digestiva, chama a atenção para o aspecto silencioso da doença em sua fase inicial, o que reforça a necessidade de prevenção precoce. Contudo, há sinais de alarme que devem ser observados e descritos ao médico, sobretudo em pacientes acima de 50 anos: sangue nas fezes; aumento do número de dejeções com ou sem alterações na forma das fezes; dor na região anal; perda de peso; fraqueza no corpo; anemia, etc.
Há um grupo de pessoas que apresenta alto risco para o surgimento do câncer de cólon e reto. Este grupo deve buscar precocemente auxílio médico especializado para rastrear e detectar a presença de lesões malignas e pré-malignas. Entre elas, Dr. Sylon destaca: pessoas com história na família de câncer de intestino ou de pólipos (adenomas), pessoas que já foram diagnosticadas com outros tipos de câncer (mama, útero ou ovário) e também aquelas que são acompanhadas para tratamento de Doença Inflamatória Intestinal (Colite Ulcerativa ou a Doença de Crohn) e pacientes que realizaram radioterapia para patologias pélvicas e abdominais.
A colonoscopia de rastreamento é o principal exame para detecção precoce de tumores no intestino, uma vez que durante o exame os pólipos podem ser retirados quando ainda são pequenos e benignos.
Em 2018, a Sociedade Americana de Endoscopia atualizou suas diretrizes afirmando que a colonoscopia para prevenção do câncer colorretal deve iniciar aos 45 anos de idade, ao invés de 50 anos e, sobretudo, nos pacientes da raça negra. Além disto, os pacientes com histórico familiar de câncer colorretal devem iniciar a prevenção 10 anos antes do diagnóstico inicial do familiar acometido.
A prevenção do câncer de intestino consiste em três pilares:
• Ingestão diária de alimentos saudáveis (vegetais, legumes, frutas, peixes, cereais) e redução do consumo de carne vermelha e alimentos defumados. Beber água, evitar uso de cigarros e bebidas alcoólicas;
• Praticar atividades físicas regulares e controlar o peso (evitar a obesidade);
- Realizar exames para detecção precoce de tumores no intestino, desde a pesquisa de sangue oculto nas fezes, passando pela avaliação direta do intestino com a COLONOSCOPIA.
- Fonte: Journal of Gastroenterology, 2017, 112(7), 1016.